por HILDA KLOCK
Foi em 2003 visitando a minha tia Hilda Klock [Ela filha de Pedro Blasio Schmitt e esposa de Gervasio Antonio Klock, (Ele filho de Norberto Manoel, neto de Henrique, bisneto de Mathias Klock que era filho de pioneiro alemão Matthias Klock)].
Tia Hilda Klock contou-me:
" Quando a Russia tentou pegar parte da Alemanha, numa turma de rapazes fugiram (Werner-Schmitt-Klock).
Eles tinham por volta de 17 e 18 anos e eram russos. Ficaram perdidos no mar por 7 meses e acabaram por desembarcar em Laguna.
Dois eram irmaos KLOCK. O mais moco morreu no mar.
Depois desceram de canoa e chegaram em Itajai."
por CATARINA KLOCK DA SILVA
Ao final de minhas ferias em 2003 eu vim a conhecer e entrevistar Dona Catarina Klock da Silva, [filha de João Miguel Klock e bisneta de Miguel Mathias, que era filho de pioneiro alemão Matthias Klock). Era casada com Francisco Boaventura da Silva.
Contava o pai dela (Joao Miguel Klock) que os KLOCKs eram dois e fugiram da Alemanha, quando a Russia em guerra tentou apossar-se de parte da Alemanha. Sairam eles numa turma de rapazes, juntos as familias Werner, Schmitt. Eles tinham entre 17 e 18 anos. O mais moco Klock faleceu na viagem e o Mathias sobreviveu. Passaram 7 meses perdidos no mar e desembarcaram em Laguna. De la', navegaram de canoa para o Rio do Meio e atracaram onde e' hoje a Igreja de N.S. de Fatima.
Na epoca eles construiram casa no alto do morro, onde hoje os Belinis sao donos. Antes deles, os Dagnonis.
Quando Mathias Klock faleceu, uma cruz de ferro foi colocada sobre o tumulo em respeito, por ser ele o fundador do Rio do Meio. A sepultura ficava no canto onde hoje e' a Igreja Nova (Matriz).
...REQUIESCAT IN PACE...
Neste conto ha' certos fatos interessantes, mas tambem questionaveis, ja' que contos de boca-em-boca poderiam ser acrescidos de versoes conforme quem os ouvia.
Se estes dois rapazes eram Mathias Klock nascido em 1824 e Peter nascido em 1827, podemos concluir que este fato ocorreu por volta de 1841 ou 42.
Isto tambem explica que e' possivel que o irmao Klock que faleceu era o Peter.
No entanto se observarmos os documentos que relatam a entrada da familia Klock na Colonia Sao Pedro de Alcantara em Santa Catarina, Mathias Klock filho (e unico) aparecia nos registros de 1833, e census de 1839, portanto nao poderia ser o fugitivo da Russia.
Outra nota interessante e' a afirmacao de que eram "russos". Isto poderia afirmar nacionalidade, mas em tempos antigos era denominacao comum de "ruivo" ou seja cabeca vermelha.
Posso afirmar que ruivo, pele e olhos claros, sao caracteristicas dos nossos ancestrais, vistas em nossos avos, tios, primos, pais e irmaos ate’ hoje.
Outro fato a ser estudado: seriam nossos ancestrais alemaes ou alemaes-russos?
Mas baseando-se no extasiante resumo historico dos Alemaes do Volga (autor: Carlos Alberto Schwab), os alemaes-russos comecaram a chegar ao Brasil por volta ou apos 1876.
Entao concluo que estes dois Klocks nao eram russos, e sim ruivos; e aventuraram-se no mar em busca de melhores paragens na mesma epoca que noticias de conflitos entre Russia e Alemanha ocorriam (anos de 1860 a 1870s).
E finalmente, podemos expecular que estes dois irmaos poderiam ser na realidade Antonio e Henrique Klock, gemeos e primogenitos de Mathias Klock e Maria Palm. Sendo eles nascidos em 1848, esta aventura de explorar novas paragens teria ocorrido por volta de 1865.
Se observarmos os dados genealogicos dos primeiros dois filhos de Mathias Klock, nao foi encontrado registros posteriores, concluindo que eles provavelmente morreram durante a infancia ou adolescencia.
CONCLUSAO:
E' fato que este conto tem com certeza base em fatos veridicos, devido a forte similaridade dos detalhes.
E mais, ambas senhoras (Hilda e Catarina) nao moravam na mesma cidade; nao se conheciam; mas eram ligadas por ancestrais em comum.
Isto e' algo para se pensar.
E' fato que este conto tem com certeza base em fatos veridicos, devido a forte similaridade dos detalhes.
E mais, ambas senhoras (Hilda e Catarina) nao moravam na mesma cidade; nao se conheciam; mas eram ligadas por ancestrais em comum.
Isto e' algo para se pensar.